Velha paineira de altaneiro porte,Cuja copada tanta gente abriga,andam tramando contra a tua sorte,Andam tramando, minha velha amiga.Eu sempre te quis bem, desde menino,À tua sombra brinquei, bem descuidado;Arrepia-me pensar no teu destino,Tombar aos golpes rudes de um machado.Será por seres velha nisso importeO mal para que a morte te persiga?- Derrubem-na! É importuna! Que se corte!Há por aí quem queira e quem o diga.Cuidaddo, pois, oh velha companheiraDe minha infância e até dos meus amores!Defende-te, suplico-te, paineira,Defende-te cobrindo-te de flores!Talvez que assim coberta de roupagemMaravilhosa que te enfeita tanto,Ao verdugo lhe falte a atroz coragemDe mutilar tão majestoso encanto.Depois das flores tu terás a pâinaQue as maritacas abrirão parlando,Em algazarra, em barulhenta fâina!Recobre-te de flores, fruots, folhas,Defende a tua vida benfazeja,Para que, assim, aquele a quem acolhas,Te queira bem, te ame e te proteja!A tua vida é um padrão de glória,Porque em cem anos que tu tens de idadeTestemunhaste toda nossa história,Acompanhando a vida da cidade!
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Velha Paineira
Velha Paineira (Antônio Tiburcio)
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