terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Firmi do Ispião 00Jeca.


Firmi do Ispião 00Jeca. 

Por Ujeca



Seu Ajuvani é omi bão i alumiado.
Faiz cinema, poesia e uns babado.
Vai fazinha um firmi novinhu im foia
I Ujeca vai participa cumu contratado.

Nois va fazinha u paper de 007
Seu Ajuvanir invento inté uns pirigueti.
Dessa veiz nois vai inté beja na boca
Vo te umas muié bunita qui si chama     Jequeti.

Dona Dirce muié ispriente
Tem uns tocu di perna
Apesar dela manga deu.
Nu firmi vo leva ela pra caverna.

Dona Guta é um muiérão
Dessas qui são pra amaridá 
Pena qui num gosta muitu deu
Sinão nóis pudia inté tiburçá.

Dona Raquer coisa mai lindia
Tem us zoiu Verdi cumu mar
Fica u dia interu dandu risada.
Mai cumigu naum quer amaridar.

Dona Sirvana é uma sortera
Mai seu Ajuvanir mi miaço
Dissi qui seu mexe quela
U meu firmi acabo.

Farta fala da cangacera
Qui nu firmi tumem vai trabaia.
Vai fazinha uma tar di loira
Teligenti inté manda pará.

Agora vo mi dispidi
Pruqui tenhu qui insaia
To bejanu umas laranja.
Pras Jequeti eu beja.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Velha Paineira

Velha Paineira (Antônio Tiburcio)




  • Velha paineira de altaneiro porte,
    Cuja copada tanta gente abriga,
    andam tramando contra a tua sorte,
    Andam tramando, minha velha amiga.

    Eu sempre te quis bem, desde menino,
    À tua sombra brinquei, bem descuidado;
    Arrepia-me pensar no teu destino,
    Tombar aos golpes rudes de um machado.

    Será por seres velha nisso importe
    O mal para que a morte te persiga?
    - Derrubem-na! É importuna! Que se corte!
    Há por aí quem queira e quem o diga.

    Cuidaddo, pois, oh velha companheira
    De minha infância e até dos meus amores!
    Defende-te, suplico-te, paineira,
    Defende-te cobrindo-te de flores!

    Talvez que assim coberta de roupagem
    Maravilhosa que te enfeita tanto,
    Ao verdugo lhe falte a atroz coragem
    De mutilar tão majestoso encanto.

    Qual tapete de neve esparramando,
    Depois das flores tu terás a pâina
    Que as maritacas abrirão parlando,
    Em algazarra, em barulhenta fâina!

    Recobre-te de flores, fruots, folhas,
    Defende a tua vida benfazeja,
    Para que, assim, aquele a quem acolhas,
    Te queira bem, te ame e te proteja!

    A tua vida é um padrão de glória,
    Porque em cem anos que tu tens de idade
    Testemunhaste toda nossa história,
    Acompanhando a vida da cidade!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

U Pintassirgo Mané



U Pintassirgo Mané

Por Ujeca em 11/12/2003



Ujeca tem um pintassirgo, 
di cujo nomi tem pur Mané, 

qui vivi engaiolado, 
mái a porterinha abertia é. 

Di manhã Mané Pintassirgo, 
sai cedinho a trabaiá, 
rudia pur tudo lado, 
só pra di noiti vortá. 

Issu us dia di semana, 
puis Ujeca sabi mexê, 
mora in gaiola abertia, 
pra trabaiá i cumê. 

Ujeca tumém é ansin, 
trabáia pra só cumê, 
puis na roçinha chinfrin, 
trabaiadô tem qui sê. 

Pur issu Pintasirgo Mané, 
imitria u qui Ujeca fazê, 
si Ujeca trabaiadô é, 
Pintasirgo tumém há di sê. 

Mái nu saudo i nu dumingu, 
é dia di ficá di frozô, 
i us dois ansim prusianu, 
purquê na simana trabaiô. 

Ujeca canta a modinha, 
Pintasirgo dá u ton, 
i inté ditardizinha, 
fica ali é nu bembon. 

I us dois si dá já si vê, 
puis tem tuda a liberdadi, 
Ujeca prá num prendê, 
Mané prá ficá pur ali...




Créditos da imagem: E. Henriquez

domingo, 18 de dezembro de 2011

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Dois Tiziu

        Bom dia conterrâneos, conterrantes, agregados e simpatizantes! Tenho procurado trazer até  vocês a cultura alfenense. Pessoas talentosas de nossa terrinha que tanto nos engrandecem. O poeta de cordél UJECA é um alfenense tímido, que escreve por essa alcunha, além de talentoso ele é muito engraçado, demonstrando alegria e felicidade em tudo que escreve.
       Quero agradecer a todos que nos apoiam na iniciativa desse blog. Estamos só começando e temos muito que crescer. Uma boa semana a todos, que Deus abençoe a vida de todos vocês.


Marília Cabral


Clique em cima da foto para aumentá-la.
 


domingo, 11 de dezembro de 2011

Causo do Barnabé




Foi na cidade simpatia do Sul de Minas, capital da décima maravilha do mundo chamada Alfenas, que conheci o Paulo César Moscardini mas conhecido como Barnabé. Solteirão, bão de bola, com aquela ginga de corpo, explosão na corrida, dribles curtos, chutes certeiros. Jogador de chegar junto e firme na bola, garantiu a posição de beque central do América de Alfenas, e mais era o capitão do time. Conseguiu classificar o América pro campeonato Mineiro, foi um foguetório danado. Logo Barnabé começou a namorar uma das meninas mais bonita da sociedade Alfenense. Mesmo com aquele namoro firme, barnabé dava sua puladinha de cerca, como mesmo ele dizia:
- Ninguém é de ferro e tamém num tenho placa na testa.
Barnabé era o pai escrito, valente desde menino, num levava desaforo pra casa. Suas irmãs sairam a mãe. Seu pai sempre tinha um Jargão na ponta da língua:
- Quem não sabe fazer nunca vai saber mandar.
Quando seu Moscardini descobriu que o presidente do Alfenese tinha feito uma tocaia pra pegar o Branabé, o homem cuspia fogo.
Logo arranjou um jeito do Barnabé aprender a atirar, comprou duas pistolas e pediu ao Capitão Athaíde do Tiro de Guera, ensinar seu filho a manusear arma de fogo. Quando seu Moscardini colocou o Barnabé na prova de tiro, ficou espantado e endoidecido.
Barnabé acertava qualquer coisa, até o talinho do fruto da manga ele derrubava. Mas o mais impressionante foi quando seu fiel amigo e companheiro, o cachorro Duke, um labrador legítimo que trançava pra lá e pra cá, levantou a pata pra mijar, Barnabé viu um carrapato grudado e deu um tiro certeiro arrancando o carrapato e o Duke continuou mijando.
Dali a pouco todo mundo dava notícia do feito do Barnabé, os diretores do Alfenense que mais parecia urubu em cima da carniça, foram espalhando com rabo entre as pernas; e ainda tem gente por aí que não acredita no Barnabé, né memo?

Túlio Faria

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011


  •  MARCIA FARIA e  BADARÓ



       Filha caçula da Dona Terezinha do Marcial, mas conhecida como Marcinha. Morena com cabelos ondulados pretos, olhos grandes, sobrancelha aparada e corpo de Miss, era um trem de doido.
    Moça bonita, elegante e prendada que nem Marcinha vai ser difícil encontrar. Cursou odontologia na faculdade federal de Alfenas, sendo reconhecida como um das alunas mais inteligentes e com profundo interesse pela pesquisa, até contra dizendo revistas poderosas da odontologia; provando que o bochecho com água era mais eficaz que com certos produtos de várias marcas. Teve professor que até quis comprar sua pesquisa só para não ser publicada. Dona Terezinha sentia um orgulho da filha, nem se contentava.
    Antes de se formar trabalhou duro na loja de secos e molhados da sua tia filhinha, mas dona Terezinha estava preocupada mesma era com o futuro, precisava arranjar um bom partido pra filha. Terezinha escutava conversa daqui e dali, vivia zanzando dum lado pro outro. No grupo de oração pedia a Deus pra colocar alguém no caminho da Marcinha. Terezinha fazia jejum toda sexta-feira, água benta nos pés de Nossa Senhora e acendia a vela pro Santo Antônio. Fora o tanto de simpatia que aprendia pra agarrar marido.
    Marcinha pelo contrário nem pensava em casamento, não queria saber de arrumar encosto algum. Queria mesmo era estudar, especializar na capital federal e seguir os passos do seu pai o Dr. Marcial, professor renomado de Alfenas.
    Marcinha costumava acompanhar a mãe nas missas e no grupo de oração da igreja matriz São José e Dores de Alfenas.
    Dona Terezinha sempre tinha um ditado e repetia sempre pra Marcinha:
    - O que falta na beleza, o bolso completa.
    Marcinha não se conformava, todo dia a mesma lengalenga, ficava até  acanhada com as prosas de sua mãe. A paciência da Marcinha já estava por um fio, vira-e-mexe o assunto voltava.
    Dona Terezinha não importava se fosse rico ou pobre; formado ou não o importante é ser direito e ter Deus no coração.
    Quando chegou a hora de casar, veio gente de longe, fazendeiro, comerciante, político, jogador de futebol e até piloto apareceu. Mas como diz o ditado o que é do homem o bicho não come. Marcinha firmou namoro com o Badaró, dentista famoso do barranco alto, rapaz de boa aparência, fala mansa, prestativo e todo mundo fazia gosto. Badaró já causava inveja nos dentistas mais antigos do lugar, começava atender a seis da matina, costumava nem almoçar pra ficar com os bolsos cheio de dinheiro. Badaró com aquela vontade louca de arregaçar as mangas e fazer o nome; pois a Marcinha não ia esperar a vida inteira e nem dona Terezinha então nem pensar. De noitinha no Barranco Alto recebeu um cliente aflito, gesticulando com um pano amarrado na cabeça. Badaró mandou o cliente sentar, aplicou uma anestesia, assim podia trabalhar mais a vontade. Enquanto ligava a estufa para esterelizar os boticão, deu uma risadinha pro cliente e perguntou:
    - Tudo bão caboco?
    O rapaz respondeu que sim com a cabeça.
    - Então abra a boca e fique tranqüilo, tudo vai dar certo.
    Badaró descarnô a gengiva, pegou o boticão Chifre de Boi, mexeu pro lado de cá, mexeu pro lado de lá e o dente nem balançava. Badaró suava que nem brasa, pior de tudo que sofria por dentro, não conseguia aliviar o sofrimento do pobre coitado. Badaró pediu a intervenção de Nossa Senhora e fez uma promessa que casaria com a Marcinha na mesma data do próximo mês. Badaró fez um buraquinho com a broca perto da raiz, tornou pegar o boticão firme, parecia que o dente vinha e não vinha; agarrou com as duas mãos na hora “H” escapulia o mardito. Rezou mais um bucadinho e pegou o Chifre de Boi com as duas mãos arrancou o dente pilão que voou longe. Deu um grito, levantou os braços, fez o nome do pai, rezou uma Ave-Maria e disse:
    - Obrigado Nossa Senhora, pelo amor de Deus; mês que vem caso cá Marcinha.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...