- Hoje vou te mostrar a dor
de uma saudade.
Num passou mais de duas horas
o cavalo voltou sozinho, meio ressabiado o peão ficou matutando um pouco e
resolveu procurar o Césinha, depois de dar umas voltas achou o homem desacordado.
Césinha levou um tombo do
cavalo e ficou desacordado por algumas horas. Depois desse dia começou a
enxergar tudo azul.
Ele era torcedor do Cruzeiro, tudo era Azul.
Usava calça azul, blusa azul,
meia azul, cueca azul e comprava sapato branco e tingia de azul.
Ficou doido e meio.
As cores só azul, e pronto.
Tudo que perguntava para ele,
ele dizia:
- tudo azul
- que horas são ?
- cinco
azul
- Tudo bem seu César?
- Tudo azul.
- Hoje o sol esta bonito, né
Césinha?
- Tudo azul.
- o senhor me conhece?
- Azul, azul.
Medo, medo ninguém sentia do
seu César; só um pouco de cisma.
Um dia tentei conversar com
ele, conversa pouca, só respondia aos troncos e barrancos, um jeitão
desconfiado, olhar distante.
O jeitão dele é que punha
todo mundo cismado, tudo que perguntava para ele, ele dizia azul.
Eu acho que é cisma, não era
medo não, né memo?
Nossa comunidade então o
apelidou de azul.
Túlio Faria
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