domingo, 27 de novembro de 2011

O ôvo e o travesseiro...





  • Contando um pouco da história da minha família (Tamburini)...
    Hoje  fiquei  relembrando o caso de amor entre as galinhas de minha casa, os travesseiros e meu avô Tamburini  (italiano coração de ouro, bravo e muito inteligente).
    Morávamos em uma casa antiga na praça Getúlio Vargas,  onde telhado e assoalho eram bem "perigosos à saúde"... Minha mãe criava galinhas caipiras para consumo nosso. As danadinhas adoravam passar pelos buracos do assoalho e botar seus ovos em cima de nossos travesseiros... Até que um dia, a carijó (a mais estridente e botadeira de todas) teve a audácia de botar seus ovos no travesseiro onde minha mãe ainda dormia... Assustada com a cantoria da carijó em seus ouvidos, dona Conceição resolveu dar um basta na criação de galinhas (pelo menos das caipiras).
    Meu avô teve a idéia, então, de construir um galinheiro porque espaço, afinal de contas, tinha bastante. E foi o que fez...
    Para facilitar ainda mais as coisas, minha mãe resolveu que as galinhas criadas seriam de granja, trancadas em gaiolas porque, afinal de contas, ela não queria correr risco nenhum mais (onde já se viu... que audácia da carijó...!)
    Galinheiro novinho, gaiolas e mais gaiolas e muitas galinhas brancas que botavam prá ninguém botar defeito... tudo estava de acordo quando, prá resolver um negócio em BH, minha mãe viajou e, prá cuidar dos filhos, chamou sua ajudante do salão para que dormisse em casa.
    Arlecí  era meio... "distraída" (acho que esse termo é mais apropriado) e percebeu que as galinhas estavam botando muito pouco e, então, comentou o caso com meu avô...
    Vovô Tamburini, brincando, disse à ela que se passasse pimenta no ânus das galinhas, elas botariam bem mais.
    No dia seguinte, de manhã, fazendo-nos sua visita diária, eis que meu avô encontra as galinhas desesperadas dentro de suas gaiolas (acho que se tivessem lágrimas, com certeza estariam chorando)... Adivinhem o que havia acontecido?!
    Sim, isso mesmo... Arlecí  cumpriu à risca a ordem de meu avô e este não sabia se ria ou se chorava de pena das galinhas...
    Mas não é que deu certo?! Depois de dois dias pulando nas gaiolas, as danadinhas dispararam a botar . Acho que estavam fazendo charme!
    Todas as vezes que lembrávamos dessa história com meu avô, ele ainda ria da "distração" da moça...
    Aos 95 anos, lúcido e inteligente como sempre, meu avô se foi sem nunca ter ficado doente. Acredito que sua alegria e seu otimismo contribuíram para que isso acontecesse.
    Então... é por isso que sou feliz! Tive bons exemplos...
    Beijos.

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