Dr. MARCELO (
Batistaka)
Por Túlio Faria
O nosso dentista, doutor
mesmo é Dr. Marcelo, um homem letrado de estatura alta, sobrancelhas grande,
sorriso aberto e marrudo. O homem mais respeitado da cidade, o povão apelidou
de Dr. Marcelo Batistaka. Só pelo time que torcia já sabia que era um homem
culto, pois era Atleticano de coração e alma; tinha uma frase bem na entrada do
consultório: galo o maior time do mundo.
Segundo dona Salomé era
praticão no sentido real da palavra, pois fugiu da faculdade antes de terminar
o curso.
O povão atravessava o rio
Jaguary de ponta a ponta, cruzava o rio Camanducaia, cortava o rio Atibaia só
pra consultar com ele. O consultório ficava do lado do bar do Beto ponto
estratégico. O consultório era espaçoso, com mesinha de centro com todo tipo de
revista, fofoca, pescaria e futebol, etc. As cadeiras eram de madeira de pés de
café. A secretaria chama Vitória, uma moça bonita e charmosa, cabelos pretos
longos e ondulados, muito volumoso, os dentes perfeitos; é um trem de doido.
Todo mundo da cidade sabia
quando alguém arrancava (extraía) dente no seu consultório, pois a pessoa saía
com as mãos entre as pernas. Segundo a língua do povo, que é a voz de Deus; os
homens saíam com as mãos entre as pernas e as mulheres com as mãos pra trás.
Segundo o Dr. Queijinho, que
já tinha uma malquerança com nosso Dr. Marcelo, dizia que quando Dr. Marcelo
extraía um ou mais dentes ele colocava o sujeito sentado numa cadeira com as
pernas abertas, amarrava suas mãos nos braços da cadeira, colocava um elástico
na cabeça do sujeito pra não se mexer, Dr. Marcelo se colocava entre as pernas
do paciente e dobrava seu joelho em cima dos órgãos íntimos do paciente e
removia os dentes sem anestesia.
Por isso é que os homens saíam de cabeça baixa
e com as mãos entre as pernas. Já as mulheres saíam com as mãos pra trás,
talvez daí o apelido de Dr. BATISTAKA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário