Olá
amigos, hoje recordaremos através do texto de Roberto Luiz Silva Gomes (e ilustração de Milton Kennedy), as
tradicionais quermesses juninas que aconteciam em frente à Igreja de Nª Sª
Aparecida. E se você também tiver alguma lembrança bacana daquela época, após ler o texto deixe seu comentário contando suas lembranças.
"Lembro-me
das quermesses juninas que se realizavam em frente à igreja da Matriz de Nossa
Senhora Aparecida, hoje Praça Tereza Carvalho. O piso era de terra batida, os
festeiros escolhidos dentre aqueles de frequência assídua aos atos religiosos
de famílias tradicionais.
Haviam as barracas de leilões de prendas (perus, frangos, leitoas, assados e envoltos
com pão de queijo), embalados em papel celofane e numa bandeja de papelão,
muitos feitos sob encomenda para o famoso quitandeiro da época "Zé da
Nega". Junto às prendas acompanhava uma garrafa de vinho, sem esquecer os
licores.
O
leiloeiro assim expressa: Quem dá mais?! Quem dá mais?!, Dou-lhe uma,
dou-lhe duas..., a prenda foi arrematada ali pelo "Coroné" fulano de
tal. E os cartuchos ! Que maravilha ! Eram confeccionados em cartolina envoltos
com papel crepom (verdadeiras obras de arte), muitos deles parecia uma árvore
de natal, cada um mais bonito que o outro, recheados de guloseimas (pé de
moleque, balas de coco, doce de leite...), e outros recheados de broas,
brevidades, biscoitinhos secos, rosquinhas de nata..., nós crianças ficávamos
deslumbradas com tanto colorido.
Haviam também as barracas de tiro ao alvo, jogos de argola, barraca do coelhinho, a
mais concorrida pela criançada. Havia também o " Coreto", onde o
professor e maestro Sr. Eurico Hayden com toda maestria apresentava a
"Banda Musical", executando marchinhas e dobrados que enchia de
alegria e euforia a todos que lá estavam .
Nesta
época as barracas eram cobertas por sapé (capim). Lembro que uma delas pegou
fogo (caiu uma faísca de rojão), foi um corre-corre daqueles para apagar o
incêndio.
Após
o "terço" dedicado ao santo padroeiro, sendo os atos cerimoniais
administrados pelo saudoso vigário Pe. José Grimmink, se apresentava na
quermesse com sua indumentária característica, batina preta serrilhada de
botões, que começava no colarinho indo até aos pés.
Haviam também o fogueteiro que nos intervalos da "Banda", soltava os "
rojões de vara", era um show de luzes. A festança durava uma semana, sendo
que no ultimo dia realizava-se o leilão de gado (doações dos sitiantes e
fazendeiros), em lugar específico.
Ficou
em minha memória essa lembrança de minha infância".
Roberto Luiz Silva Gomes